quarta-feira, 26 de março de 2008

Luz



A Marta (não, não é a da Teleseguro, embora em boa verdade o pudesse ser) era uma rapariga de bem com a vida.
Um dia, contudo, e por incrível que pareça, a melancolia e tristeza penetrou o seu escudo impenetrável.
Sentiu-se pequena face à imensidão do Mundo. Recordava todas aquelas pessoas “realmente importantes”, que fizeram algo de extraordinário, e pensava: “que fiz eu de surpreendente e único? Nada!”. Sentiu-se insignificante.
Durante o dia estes pensamentos não a abandonaram (era uma rapariga de ideias fixas) …
Chegando a casa, tomou banho, jantou e, sempre com esta ideia presente, abandonou-se ao conforto do sofá.
Enquanto fazia zapping, num total abandono hipnótico, encontrou finalmente a resposta.

Sim, ela era importante. Importante para quem a amava, para quem gostava dela de verdade.
Era única e especial no coração de algumas pessoas.

Recordou alegrias, tristezas, risos e choros partilhados. Recordou a tristeza e a dor sentida, perante a perda de quem realmente ela gostava.
Tinha percebido finalmente. A luz que dela emanava era imperdível para o mundo.


By Carlos D.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanta ilusão, alguem que nos leve a acreditar que somos a "única"
Num determinado momento, convenci-me disso. Hoje lamento o tempo em que tentei ser cega ao que estava na minha frente, no entanto, consegui voltar a acreditar...