quarta-feira, 5 de março de 2008

Idiossincrasias



Idiossincrasias...
Vem isto a propósito de algo em que tenho meditado nos últimos dias e que de alguma forma me perturba.
Por vezes, para muitas pessoas, é complicado assumirem-se como realmente são.
Porquê? Porque a sociedade tende a compartimentar as pessoas em categorias. A pessoa rebelde, certinha, mal comportada, bonita, feia... No fundo a "normal" e a "anormal".
Que expressão horrível... "normal". Mas o que é ser "normal"? É algo que simplesmente não existe. A sociedade no fundo diz-nos que ser "normal" é fazer parte da maioria e ser mais um rosto anónimo na multidão.
Todo este processo, que leva à criação de máscaras, apenas conduz à alienação da identidade individual. Que graça tem um mundo em que cada um seja a cópia do outro ao lado?
A riqueza deste mundo está precisamente na corrente variável de pensamentos, de formas de estar, de vontades, de ideias...
O tesouro está precisamente nas idiossincrasias.
O problema é que tantas vezes fazemos concessões em nome daquilo que a sociedade contextualizou como certo e errado, como aceitável.
Se só vivemos uma vida de cada vez, porque perdemos tanto tempo a ser infelizes, a julgar os outros, a abdicarmos da nossa identidade? Porque não aproveitar esta grande aventura que é a vida?
Depois recordei-me da Teoria Evolutiva de Darwin.
O processo de descoberta pessoal assemelha-se muito a um processo de selecção natural em que as pessoas que estão aptas para lidar connosco se vão afastando ou não do nosso círculo de amizades.
Apenas aquelas pessoas que realmente investirem um pouco do seu tempo no conhecimento do meu verdadeiro "eu" permanecerão.

By Carlos D.

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